domingo, 17 de julho de 2016

author photo
Boa tarde críticos e críticas!

Então, gente, vamos lá. Eu tentei ler o mínimo de críticas, resenhas e reviews sobre esse filme, para não me influenciar. Ontem eu entrei no cinema com pouquíssimo conhecimento da trama. E saí de lá bem empolgada com o resultado.

Imagem de quatro pôsteres do filme com as protagonistas principais. Fonte: comingsoon.net.

Eu vou poupar vocês de toda a polêmica que antecedeu a estréia do filme. Todo mundo deve estar sabendo que uma galera (basicamente homens) ficou #xatiada porque o novo filme tinha todas as suas protagonistas mulheres. Essa galera basicamente achou que esse novo filme traria o apocalipse misândrico, as mulheres sairiam do cinema com um kit de queima de sutiãs e incendiariam todas as cópias da franquia original junto com suas peças de lingerie. Claro que não, né. Até porque vocês já viram o preço de um bom sutiã?!

GIF do filme em que se lê: "The word we're looking for is 'apocalypse'. Tradução: "A palavra que estamos procurando é apocalipse". Fonte: Tumblr Sony Pictures.

Para falar a verdade, se o filme tava incomodando a galera machista, aí mesmo que eu queria assistir (risos). E, sinceramente, eu não vi motivo pra esse fuzuê todo que estavam fazendo. Esse é o tipo de filme que estamos precisando ter mais e ao longo do texto eu vou explicar pra vocês o porquê.

Também sendo bem franca com vocês, eu só assisti o filme original há muito tempo atrás e lembro de pouquíssima coisa, então o Luiz me ajudou com isso e aquilo nessa resenha. Mas isso pode ser uma coisa boa, porque não tenho pré conceitos sobre a trama.

Como vocês já sabem, vamos fazer nosso esquema de 5 tópicos valendo 2,0 pontos cada, somando 10 pontos totais.

1 - Roteiro
2 - Direção
3 - Fotografia
4 - Personagens
5 - Efeitos Especiais

1. Roteiro (2,0/2,0):

Cena do Filme com as quatro protagonistas de costas, equipadas. Fonte: Observatório do cinema.

A franquia é um reboot e não um remake. Ou seja, pega-se o universo da trama e faz-se uma nova abordagem a partir dele (reboot). Não é a mesma história que o original, refilmada (remake).
O roteiro começa e termina sem pontas soltas, é um filme "amarradinho". Mas tem espaço suficiente para a Sony lançar uma continuação, e eu sinceramente espero que a empresa o faça.
Senti que a "narrativa" é fluida e o filme tem um bom ritmo. Você consegue sentir o início, o meio e o fim da trama perfeitamente, como se fosse uma redação nota 10 do ENEM. Eu, particularmente, gosto assim. Para mim, um filme que você fica "perdido(a/e)", sem saber se tá chegando o clímax, ou que você sai do cinema com cara de "ué, mas já acabou o filme?" nem sempre é uma boa ideia.
Como é um início, uma reapresentação de Ghostbusters, achei que foi uma aposta segura.
Abrindo aqui um parêntese para os diálogos. Só digo isso, porque quero manter essa resenha spoiler free.

2. Direção (2,0/2,0):

O diretor Paul Feig com o icônico carro da franquia. Fonte: The Daily Beast.

A direção ficou a cargo de Paul Feig, Como falei antes, muita gente não gostou do filme, (muitos sem nem terem assistido, mas tudo bem) porém, me permitam discordar. O filme é justamente o que Hollywood precisa no ano de 2016. Contudo, espero que esse não seja só mais um dos poucos filmes assim, espero que outros sigam seu exemplo e deixem de lado os velhos estereótipos.
O filme não trata as protagonistas como belas mulheres que estão na tela para apimentar a imaginação masculina. O fillme as trata como elas são: mulheres, cientistas, seres humanos. E, surpresa! Humanas do gênero feminino fazem piada com o próprio corpo, suam, peidam, erram, sentem atração sexual (sem o objetivo exclusivo de agradar ao parceiro/a/e), estudam, trabalham, são amigas de outras mulheres (já chega de retratar mulheres como competidoras da atenção masculina) e fazem milhões de coisas. Esses são só alguns exemplos que pipocam no filme e que chamaram a minha atenção.
Algo muito interessante que Luiz notou ao longo do filme foram as aparições especiais de atores e atrizes relacionados à franquia original e os "easter eggs" aqui e acolá. Achamos que foi uma maneira inteligente de homenagear a grandeza de Ghostbusters sem ser uma cópia.

3. Fotografia (2,0/2,0):

 As quatro protagonistas com o uniforme e o equipamento. Fonte: indiewire.com.

Eu gostei bastante dos enquadramentos e das paletas de cores usadas nos filmes. Elas têm uma pegada que lembra, bem lá no fundo, os anos 80 (por exemplo com o uso de cores em neon) mas que não fica marcado com esse estilo. Pelo contrário, é um filme atual, mas com reverências constantes à década do lançamento do original. Assim como a trilha sonora, diga-se de passagem.

4. Personagens (2,0/2,0):

Aqui eu poderia ficar uma semana falando de representatividade e de como esse filme é maravilhoso porque retrata mulheres de diferentes corpos, etnias e sexualidades.
Ao invés disso, vou resumir com essa imagem, que talvez vocês já tenham visto, mas que fala mais que mil palavras:

A atriz Kristen Wigg (que interpreta Erin Gilbert, uma das protagonistas do filme) é recepcionada por duas meninas, uma negra e uma branca, vestidas com o uniforme das Caça-Fantasmas, durante a premiere de Ghostbusters. A expressão maravilhada nos olhos da menina no meio é mais que explicação suficiente de para quem esse filme foi produzido. Homens crescidos já tem uma franquia que eles amam e adoram, a vez agora é dessas meninas, dessa nova geração que vai crescer sabendo que pode ser o que quiser. Fonte: self.com

São tantos traços interessantes das protagonistas que eu realmente acabaria com muitos spoilers e essa não é a intenção aqui. Só a título de apresentação, essas são as mulheres que arrasaram com suas interpretações no filme:

 Kristen Wiig interpreta Erin Gilbert, Física de Partículas. O filme começa com ela tentando alcançar a cátedra da Universidade de Columbia.

Melissa McCarthy é Abby Yates, Pesquisadora Paranormal. Ela e Erin eram amigas, porém se distanciaram após a faculdade. Os acontecimentos do filme as aproximam novamente.

 Leslie Jones vive Patty Tolan, uma mulher sensacional, que trabalha na estação de metrô e depois se junta às Caça-Fantasmas. A ela foi dado o título "extra-oficial" (non-canon) de Historiadora Municipal, por saber muito sobre a história de Nova Iorque, onde se passa o filme.

Kate McKinnon é Jillian Holtzmann (aka a dona do meu coração -risos), Engenheira Nuclear e Expert em Munição. Trabalha com Abby pesquisando o paranormal. Fonte de todos os gifs: Tumblr Panix Pixie Dream Girl.

De forma bem resumida, as personagens são tão interessantes que haveria espaço para fazer um filme sobre cada uma delas. Esperando ansiosa o Halloween para ver várias menininhas de diferentes etnias, corpos e idades com as fantasias de Caça-Fantasmas.

Menção honrosa a Kevin Beckman (interpretado por Chris Hemsworth), o atrapalhado e bonitão secretário. Fonte: Tumblr nowitallbegins.

Acho que uma das contribuição que mais vai fazer os machistas rangerem os dentes de raivinha é a maneira como o personagem de Chris Hemsworth foi trazida à tela. Um homem lindo, que só está ali com o propósito de ser colírio para os nossos olhos, nada mais. Nem inteligente esse personagem é.
É bom ser objetificado assim, né? Talvez comecem a pensar duas vezes antes de dizer que as mulheres têm representatividade nos filmes/jogos/séries só porque uma gostosona está na tela. Nada contra elas, aliás. Mas é um estereótipo cansado já.

5. Efeitos Especiais (2,0/2,0):

São impecáveis, as cenas de luta são bastante verossímeis (e tem uma lá pro final que quase me fez pegar meus pompons e vibrar como uma fangirl). Assim como no primeiro filme, segundo Luiz, há bastante efeitos na cor verde, sinalizando o ectoplasma e, como eu disse antes, é uma referência aos anos 80. Os fantasmas, diferentemente da primeira franquia, são mais aterrorizantes, mas não perdem a tirada cômica.

As protagonistas, deslumbrantes, durante a premiere do filme. Curiosidade sobre o vestido de Leslie Jones (desenhado por Chirstian Siriano): a atriz não estava conseguindo estilistas que trabalhassem com ela, até ele se prontificar. Todavia, ele disse que não merece ser louvado por isso; para ele, mais estilistas têm que trabalhar com corpos diversificados.

Portanto, a nossa nota do filme é 10/10. É um blockbuster que vale a pena assistir. Espero sinceramente que esse seja o primeiro de muitos filmes que celebrem a diversidade e as mulheres no cinema. Não só pelas mulheres da minha geração, mas por todas as meninas das próximas.

Obrigada por ler até aqui (risos). Não esqueça de nos acompanhar nas redes sociais. Você já viu o filme? O  que achou? Conte pra nós nos comentários.

- Ana Carol.

Este post tem 0 comentários


EmoticonEmoticon

Próximo Post Next Post
Post Anterior Post Anterior