Boa noite Críticos e Críticas,
Descrição: poster promocional de Capitão América: Guerra Civil Fonte: youtube.com
Ontem fui assistir ao tão esperado filme baseado em um dos principais arcos das histórias em quadrinhos da Marvel, Capitão América: Guerra Civil. Farei uma resenha com alguns spoilers e algumas considerações ao longo do texto quanto à similaridade quanto à obra original.
Dividirei esta resenha em 5 quesitos cada um valendo 2,0 (dois pontos):
1 - Roteiro
2 - Direção
3 - Fotografia
4 - Personagens
5 - Efeitos Especiais
1 - Roteiro (1,5/2,0)
Trata-se da continuação do Universo Cinematográfico da Marvel após Vingadores: Era de Ultron. Devido a algumas aparições catastróficas da equipe vingadora (Sokovia, Lagos, etc), o mundo acredita que não dá pra existir super-humanos sem que estejam devidamente registrados e submetidos à ONU. O objetivo é a preservação da raça humana e uma possível culpabilização dos responsáveis.
O roteiro é muito bem amarrado e com cortes sem grandes perdas, o que entretém o expectador. As cenas de conteúdo são bastante exploradas e sabiamente intercaladas com boas cenas de ação. Há de se falar também nas partes cômicas do filme que são divertidas, mas não a ponto de fazer a película virar uma comédia pastelão.
Ponto extremamente positivo foi a inclusão de algumas cenas de ação replicando as dos quadrinhos, como por exemplo, a luta final entre Capitão América e Homem de Ferro, quando a armadura de Tony Stark escaneia os golpes de Steve Rogers e cria uma padrão de luta para contra-atacar.
No entanto, nem tudo são flores. A fundamentação da necessidade do registro é rasa e nem de longe se parece com a dos quadrinhos, que teve alguns arcos anteriores culminando na Guerra Civil. O motivo que coloca o Capitão América contra o registro é o mais besta possível (a volta à ativa do Soldado Invernal).
Vale dizer que a aparição do Ossos Cruzados (terrorista do início da trama) é tão irrelevante e sem nenhum sentido na história que nem deveria estar presente no enredo e assim, dado mais tempo de tela a outros personagens.
E por fim, a cena do Capitão América fugindo como se fosse o grande vencedor da história distorce completamente a versão original (onde ele se rende, é preso e julgado por resistir ao registro).
2 - Direção (1,7/2,0)
Descrição: Joe (à esquerda) e Anthony (à direita) Russo, diretores do filme Fonte: Wikipédia.
Após um trabalho espetacular em Capitão América: Soldado Invernal (que continua sendo o melhor filme do UCM, na minha opinião), os irmãos russo perderam um pouco a mão ao dirigir este filme. Nas cenas de ação do começo do filme as câmeras tremem bastante, o que pode ocasionar uma certa confusão ao analisar o contexto e também uma certa dor de de cabeça (ainda mais usando óculos 3D rs).
É importante mencionar que terminar o filme sem um desfecho condizente com o roteiro que se desenhava me deixou um pouco frustrado. Se a Marvel/Disney não têm coragem de fazer um simples final semelhante ao dos quadrinhos tenho um certo receio quanto ao desenrolar de Vingadores: Guerra Infinita.
No entanto, as cenas de luta estão impecáveis e foram muito bem coreografadas. Deve ser extremamente complexo fazer o sincronismo de tantas cenas de luta quadro a quadro sem que elas fiquem desconexas ou repetitivas. Mérito para eles.
3 - Fotografia (2,0/2,0)
Descrição: Capitão América se defendendo do Homem de Ferro Fonte: observatoriodocinema.com.br
Quando se trata de Marvel/Disney deve-se prever que o jogo de cores e a fotografia serão um show à parte em quase todos os filmes.
Apesar de utilizar uma paleta de cores mais puxada para o azul e o vermelho, o filme em nenhum momento fica cansativo visualmente e as cores casam muito bem com o contexto histórico do filme. O conjunto visual do filme é harmonioso e te permite analisar minuciosamente os detalhes.
As cenas na Sibéria utilizam muito da cor branca e mesmo assim foram de uma felicidade ímpar. O jogo de sombras com a brancura da neve finalizam muito bem o filme e deixa subentendido que este momento será um dos mais tensos da trama.
Merece destaque especial a luta entre Capitão América e Homem de Ferro onde Steve Rogers bloqueia o ataque de Tony Stark com seu escudo, uma cena clássica do quadrinho, que ficou muito bonita visualmente.
4 - Personagens (1,5/2,0)
Descrição: personagens da Guerra Civil Fonte:marvel616.com
Não dá para comparar a quantidade de personagens do quadrinho com o do filme, pois este tem um número infinitamente menor. Obviamente que a questão financeira inviabiliza um filme com quase uma centena de super-heróis, mas algumas coisas devem ser levadas em consideração:
- Sabemos que para a manutenção do UCM alguns personagens devem se manter na ativa a fim de evitar criar uma lacuna na história dos mesmos para a Guerra Infinita, no entanto, têm personagens que nem originalmente na Guerra Civil estão, como é o caso de Gavião Arqueiro, Feiticeira Escarlate, Soldado Invernal, Viúva Negra e Máquina de Combate (James Rhodes).
- E há também, talvez mais grave ainda que a inclusão de personagens que não estão na história original, aqueles que estão em lados opostos ao do quadrinho. Como é o caso do Homem Formiga (que na HQ é o Jaqueta Amarela como Hank Pym e está do lado do Homem de Ferro), o Visão (que está do lado do Capitão América), e o Homem Aranha (que começa do lado do Stark e termina a Guerra Civil ao lado de Steve Rogers). Essa inversão acarreta diretamente uma mudança no contexto e assim compromete o desfecho do filme.
No entanto, há pontos muito positivos como a aparição do Homem Aranha pela primeira vez sendo produzido pela Marvel e não pela Sony e o Homem Formiga se tornando gigante.
O Homem Aranha do filme é bastante engraçado e tagarela, assim como o dos quadrinhos e se mostra bem experiente nas acrobacias e cenas de luta, mas ainda com um ar de principiante. Somente acho que ele deveria ter tido mais tempo de tela para consolidar melhor a sua primeira aparição. Foi o personagem que mais arrancou risadas do público no cinema em que eu fui.
A cena do Time Stark enfrentando o Homem Formiga gigante é talvez a melhor cena de ação do filme e fez jus ao quadrinho (apesar da luta não ser com o Golias).
Um ponto importante é uma grande diferença entre o Stark do quadrinho e o do filme. A real intenção do Stark da HQ é proteger os seres humanos sem poderes de possíveis baixas, no entanto, ele quer se tornar diretor da SHIELD após a Guerra Civil para manter o sigilo do registro de seus amigos. Já o Stark do filme mostra que criou um senso de justiça apenas porque uma mulher (uma ponta muito mal aproveitada da grande atriz Alfre Woodard, como Miriam Sharpe) mostrou uma foto do seu filho morto em Sokovia, fazendo com que a sua motivação fosse bastante fraca quanto a ser favorável ao registro.
O Barão Zemo foi interpretado de forma bem simplista e introduzido completamente às pressas na trama como se tivesse a necessidade de se criar um vilão para o filme, quando o plot principal deveria ser simplesmente a assinatura ou não do Tratado de Sokovia.
Os personagens convencem, mas para mim ainda faltou um algo a mais, porque no fim das contas parecia que tudo se resumia a uma briguinha entre Stark, Rogers e Bucky. Por mais que saibamos que o Bucky é o melhor amigo de infância de Steve Rogers e este tem um estrito senso de dever, honra e justiça, fica confuso em partes do filme se a motivação dele é a assinatura do Tratado de Sokovia ou provar a inocência do Soldado Invernal.
Vou aqui dar espaço neste parágrafo para a minha noiva fazer alguns comentários que ela insistiu MUITO em fazer: "Finalmente saiu o beijo entre Steve Rogers e Sharon Carter, que eu tava shippando desde o Capitão América: O Soldado Invernal!" Outra coisa que ela quer comentar: "Que clima estranho entre o Visão e a Feiticeira Escarlate foi aquele?! Agora além de shippar um humano geneticamente modificado de cem anos com a sobrinha do seu verdadeiro amor, eu estou shippando um ser incorpóreo animado por uma pedra alienígena com uma adolescente mutante?! Fala sério, Marvel. Pelo menos é melhor do que o climão entre Bruce Banner e Natasha Romanoff."
Oh céus, mulheres (risos).
Por fim, não podemos deixar de mencionar a aparição do Príncipe de Wakanda, aka o Pantera Negra (aliás se vocês curtem o Pantera fiquem pra ver as clássicas duas cenas pós-créditos do filme). Ponto positivo para o sotaque de Chadwick Boseman (intérprete do Pantera Negra) que apesar de ser norte-americano reproduziu maniqueísmos e um sotaque digno de uma país africano, sem cair no estereótipo clássico.
5 - Efeitos Especiais (2,0/2,0)
Mais uma vez é importante dizer que quando se trata de Marvel/Disney falar de efeitos especiais é chover no molhado. As cenas de ação são um espetáculo à parte. Fica difícil em um filme como este perceber onde termina a realidade e começam os efeitos especiais dada a perfeição do trabalho.
Novamente ressalto a qualidade da cena do Homem Formiga que ficou gigante, porém lento (ao passo que ao encolher sua velocidade aumenta) e foi derrubado à la Star Wars pelo Homem Aranha (e arrancou muitos aplausos da platéia).
A tecnologia 3D do Stark de hologramas foi umas das coisas mais verossímeis ao longo de todos os filmes da Marvel e até os menos entusiastas de tecnologia podem concordar que seria muito legal ter esse hi-tech na vida real.
NOTA FINAL: 8,7
Muito obrigado pela leitura! Não se esqueçam de nos seguir nas redes sociais, compartilhar com os amigos e darem a sua opinião sobre o filme nos comentários
Até a próxima, pessoal!!!
- Luiz.
Este post tem 0 comentários
EmoticonEmoticon