quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

author photo
Olá Críticos e Críticas!!!

Estamos de volta para comentar sobre o filme que todos estão falando. Aquele que obteve 14 indicações ao Oscar 2017: La La Land - Cantando Estações!


Descrição: protagonistas em momento romântico. fonte: moviesense.wordpress.com


A ideia principal do filme é contar a história de Mia (Emma Stone), uma barista que sonha se tornar uma atriz famosa de Hollywood e Sebastian (Ryan Gosling), um pianista que se recusa a abandonar suas raízes musicais e tem o sonho de abrir um clube de jazz.

A partir daí o roteiro se desenrola de forma descompromissada e não-linear dando uma idéia de casualidade. O que poderia ser bom pra um filme de ação, talvez, mas não pra um musical que explora a relação entre duas pessoas. A primeira cena (que é musical) não faz sentido algum as pessoas sairem de seus carros no meio do engarrafamento em plena Los Angeles para dançarem com desconhecidos em cima de um viaduto. Sem falar na cena mais desnecessária do filme: a cena do observatório. Já estava claro que o casal estava apaixonado. Qual a necessidade de colocar os dois cantando e voando no meio das estrelas? Tentaram romantizar uma situação e acabou ficando muito piegas.

No fim, o roteiro dá uma guinada e "surpreende", mas tendo em vista que este filme é uma ode as décadas de ouro dos musicais hollywoodianos, Casablanca e E O Vento Levou já o fizeram isso de forma magistral. Sendo assim, o roteiro não mostra nada de novo e é uma sucessão de clichês.


Descrição: diretor e roteirista Damien Chazelle. Fonte: scenesmedia.com


Ao passo que o roteiro é considerado por mim raso, simplista demais e repleto de clichês, a direção de Damien Chazelle (que também é o roteirista) é muito boa. Ele despertou a atenção da indústria cinematográfica ao dirigir o brilhante filme Whiplash: Em Busca da Perfeição, que em minha opinião é um dos melhores filmes sobre música feitos na última década. Em La La Land, Chazelle utiliza de tomadas de cena em plano-sequência o que é bastante difícil de se fazer em cenas coreografadas com muitas pessoas (méritos para os coreógrafos também) e em muitas situações das falas dos personagens nota-se que há o dedo do diretor ali. Pra quem gostou do filme, sem dúvidas vai considerar a atuação dos protagonistas o ponto alto do filme. Já pra quem não achou isso tudo (meu caso), certamente sairá do cinema achando que o diretor salvou o filme.


Descrição: Sebastian e Mia no observatório. Fonte: jovemnerd.com.br

Provavelmente esse será o casalzinho de Hollywood por algum certo tempo. As pessoas estão shippando loucamente os dois atores desde Amor a Toda Prova. Aí os dois ainda fazem um musical como casal apaixonado? A internet está enlouquecida! E não é por menos, pois a química de Ryan Gosling e Emma Stone é realmente muito boa. No entanto, lhes falta uma coisa muito importante em um musical: saber cantar! Vozes totalmente artificiais e carregadas de Auto-Tune dão a impressão de estar assistindo a um filme B e não quem teve 14 indicações ao Oscar. Se você assistir Os miseráveis onde todos os atores (Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe) tiveram formação musical desde a base e ouvir Sebastian cantando City of Stars vai ficar um tanto decepcionado. O ator canta - como diria a minha vó - pra dentro. Não tem entonação vocal nenhuma.


Descrição: Mia e Sebastian em momento romântico. Fonte: zh.clicrbs.com.br   


Mais uma vez irei exaltar uma categoria técnica do filme: a cinematografia que ficou a cargo de Linus Sandgren. A utilização de cores vivas, muitas vezes quase em neon e a indumentária dá a sensação de o filme ser ambientado em décadas passadas. No entanto, a utilização de carros mais modernos e de celulares nos fazem perceber que o filme se passa nos dias de hoje. Essa mistura de contemporaneidade com a remissão ao passado foi uma sacada muito interessante e que funciona muito bem no filme.


Descrição: Mia e Sebastian se entreolham enquanto uma banda de jazz toca ao fundo.


Mas a melhor parte do filme certamente é a trilha sonora que é calcada toda em cima do jazz. O bom e velho jazz que não morre nunca. No entanto, o maior erro do filme em abordar um gênero musical tão rico foi não mencionar que o jazz em sua origem era uma música de resistência, de luta. Uma música que exaltava a cultura negra em um período que o negro era tão discriminado apenas por ser quem era. Reviver as décadas de ouro dos musicais hollywoodianos é maravilhoso, mas não podemos esquecer que essa foi uma das épocas que o negro americano mais sofreu. E isso sequer é mencionado no filme nem pelo personagem que demonstra afeição pelo jazz. Uma lástima. 

No geral, a fotografia, coreografia, indumentária e trilha sonora são magníficas, porém o roteiro é mais raso do que um pires e a atuação de sempre de Ryan Gosling jamais mereceria uma indicação a melhor ator. A grande verdade que esse filme está concorrendo a tantas categorias porque assim como O Artista, remete a uma época em que Hollywood fazia filmes bons com roteiros e atores magníficos e não porque necessariamente este filme é bom.

NOTA FINAL:


Você concorda com nossa opinião ou está pronto para nos apedrejar? rs De qualquer forma não se esqueça de comentar e nos seguir nas redes sociais!

Até mais!!

- Luiz e Carol.

Este post tem 2 comentários

avatar
Unknown delete janeiro 27, 2017 4:02 AM

Eu até tinha alguma expectativa em ver o filme, mas ela caiu bastante... Estou curiosa em porquê a academia indicaria o filme a 14 categorias, mas eles gostam de exaltar filmes que falam da indústria cinematográfica ou de Hollywood, etc. Espero, com fervor, que não ganhe estatuetas injustamente. Vou assisti-lo com um pé atrás, mas ainda espero gostar, tenho um fraco por musicais. hehehe Ótima crítica!!!

Reply
avatar
Unknown delete junho 06, 2018 2:03 PM

É uma produção espetacular. É uma história muito bonita, com uma essência romântica. Ryan Gosling foi perfeito para o papel, ele é um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. Blade Runner 2049 é um dos seus filmes mais recentes dele, eu gostei muito. Acho que o diretor Denis Villeneuve fez um ótimo trabalho no filme, ele conseguiu fazer uma sequela impecável e manteve a mesma atmosfera. É um dos melhores filmes de ficção cientifica a fotografia impecável e o elenco é incrível.

Reply


EmoticonEmoticon

Próximo Post Next Post
Post Anterior Post Anterior