quarta-feira, 2 de novembro de 2016

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Olá, críticos e críticas!
Em homenagem ao festivo e colorido Dia dos Mortos (Se você estiver no México, né? Por que no Brasil não tem nada de festivo, muito menos de colorido! Hehehe), venho hoje com uma crítica com muito mortos-vivos, mortos andantes, desmortos, aqueles-que-não-querem-continuar-mortos, etc, etc...
Meu fascínio por zumbis começou desde muito cedo, com sessões de filmes do George Romero na casa de uma vizinha quando eu tinha uns 8 ou 9 anos: A Noite dos Mortos Vivos, Despertar dos Mortos, Dia dos Mortos. Fora que na mesma época eu adorava a franquia Uma Noite Alucinante (Evil Dead) do Sam Raimi, que não são especificamente filmes de zumbis (começou com possessão por espíritos e depois as coisas ficaram muito loucas), mas achei que valia a menção honrosa! J

(imagem da capa da edição brasileira do livro. fonte: site da editora Rocco)

Mas vamos ao que interessa! Hoje vou falar sobre o livro de M.R. Carey “A Menina que Tinha Dons”, publicado pela Fábrica 231, selo da Rocco. Vou confessar, comprei o livro pela capa (e pelo marketing da editora)! Eu não tinha ideia do que se tratava a história e, por isso, meu choque foi maior quando comecei a ler. O autor, um quadrinista inglês que já escreveu para a Vertigo e Marvel em títulos como Lucifer e X-Men, te joga na história sem qualquer preâmbulo, chocando o leitor com crianças presas numa base militar, sendo amarradas em cadeiras de rodas sob a mira de rifles e indo assistir aula como se nada de estranho estivesse acontecendo. Nesse início a narrativa se concentra em Melanie, uma dessas crianças, é através da rotina dela que vão se revelando o ambiente e os personagens, mas tudo numa ótica infantil e sem malícia, porque, para Melanie, o mundo se resume àquela base militar e todas as crianças do mundo vivem do mesmo jeito que ela e seus companheiros de sala de aula.
Enquanto a narrativa está focada em Melanie não descobrimos muita coisa sobre o que está acontecendo no mundo fora da base, o autor dá poucas dicas, fala-se sobre a devastação no mundo, a diminuição drástica na quantidade de seres humanos e sobre uns indivíduos chamados “famintos”. Melanie sabe que eles existem e que é deles a culpa deles viverem em uma base, mas não sabe o que são, nem o que eles fizeram para quase dizimar a população humana.
Os personagens que vamos acompanhar durante o enredo são poucos. Já falei sobre a Melanie, que é uma menina de aproximadamente 12 anos que vive na base desde que consegue se lembrar. Ela tem uma admiração quase obsessiva pela Srta Justineau, a professora boazinha da base. Esta é a única que trata as crianças como crianças e se preocupa com o destino e bem-estar delas, principalmente de Melanie, por quem tem um carinho maternal. No espectro contrário temos o Sargento Parks, responsável pela base e por garantir que as crianças não fujam da rotina, ele é um personagem que se mantém fiel às suas crenças até o fim, militar da cabeça aos pés! Nem quando a titica é jogada no ventilador ele deixa de lado suas obrigações ou seus instintos, garantindo a sobrevivência e unidade do grupo quando a trama vai se complicando. O outro homem do grupo é o soldado Gallagher. Esse ainda mantém traços despojados da juventude, sente empatia pelos outros, medo, ansiedade, não é tão destemido ou cínico quanto o Sargento Parks, ele é fácil de gostar porque é o mais “humano” de todos. Por fim temos a Dra Caldwell, o demônio em pele de mulher! Toda vez que essa infeliz abria a boca eu tinha vontade de varar o livro longe!!! Ela é detestável, impiedosa, focada ao extremo em seus próprios objetivos e facilmente passa por cima do cadáver de quem quer que seja para realizar seus propósitos.
Sobre a narrativa em si, achei o ritmo bem lento. O tom da escrita inglesa é bem diferente da escrita americana, mais detalhado, mais formal. Por vezes a leitura em português não fluía, mas a história já tinha me cativado, então resolvi ouvir o audiobook no original em inglês, com uma narradora inglesa lendo e acho que na língua mãe a história correu mais naturalmente, não sei explicar bem o porquê... Fora que amo o sotaque inglês e super combinou a história, então saí ganhando no fim, hehehe. Acho que não dá para eu me alongar mais sobre o livro sem dar spoilers. Então vou falar um pouco sobre o filme! Sim, habemos filme!

(poster do filme The Girl With All the Gifts. fonte: site IMDB)

A data de estreia no Reino Unido foi 23 de setembro desse ano, mas aqui no Brasil não temos nem sinal de previsão. Estou mega ansiosa porque, como já falei lá em cima, sou a louca dos filmes de zumbi! O elenco terá Sennia Nanua como Melanie, Gemma Arterton como Srta Justineau, Glenn Close como Dra Caldwell, Paddy Considine como Sgto Parks e Fisayo Akinade como Soldado Gallagher. Quanto ao elenco, tenho que perguntar, por que raios trocaram a etnia da Melanie e da Srta Justineau?! Não entendo quando fazem isso! No livro Melanie é branca (ela até brinca quanto ao fato do nome dela significar melanina e ela ser branca feito papel) e Justineau é negra, já no filme está trocado:

(Gemma Arterton como Helen Justineau e Sennia Nanua como Melanie)

Mas está tudo bem quando as atrizes são ótimas e a história vale a pena!
(imagem de divulgação do filme, com Glenn Close, Gemma Arterton, Paddy Considine e Fisayo Akinade)

Espero que vocês tenham gostado da crítica e se empolguem para ler o livro e ver o filme! A história é bem diferente do que normalmente vemos em filmes de zumbi e os personagens cativam desde a primeira cena. Ouso dizer que é uma ideia original, mas nem tanto assim, certas partes me lembraram muito o jogo The Last of Us, no entanto isso para mim é um plus, não um demérito! hehehe

Fico por aqui e até a próxima crítica!
Um abraço,
Amanda Indio do Brasil.

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